Pesquisador do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco, José Gustavo Wanderley Ayres graduou-se em História pela UFPE. Atualmente estuda as relações dos judeus com a Companhia Holandesa. Em entrevista concedida ao blog, fala um pouco sobre a comunidade judaica no Recife, especificamente a que viveu no bairro da Boa Vista.
BLOG - Quando e como começou a relação histórica entre a comunidade judaica e a Boa Vista?
JOSÉ GUSTAVO - No século XX tem-se uma maior presença de judeus que vieram do Leste europeu e do Norte da Europa, devido a perseguição religiosa, eram os asquenazitas. Estes judeus eram versados no comércio, e começaram a alugar e comprar lojas, onde pudessem morar e comercializar, que seriam estas lojas que o Recife tem hoje, onde em cima fica a moradia e em baixo, a loja. Foram eles que começaram esse tipo de comércio.
BLOG - Quais contribuições históricas e culturais a comunidade judaica trouxe para o bairro da Boa Vista?
JOSÉ GUSTAVO - O comércio foi um ponto muito forte. Os judeus que iam de casa em casa trouxeram o comércio ambulante, que antes não existia. Essa prática aos poucos foi se perpetuando. Muitas das primeiras lojas de artigos e de tecidos eram de judeus.
BLOG - Sobre a prática religiosa, que tipos de dificuldades os judeus enfrentaram e ainda enfrentam hoje em dia? Sofreram algum preconceito?
JOSÉ GUSTAVO - No século XVII, no período holandês, havia uma repressão, mas havia uma certa liberdade, uma certa aparência. No século XX isso muda, porque temos o Totalitarismo, o Facismo, então é outra dinâmica. Aparecem judeus de diversas áreas, asquenazistas, do leste europeu, de várias cidades. A dinâmica é diferente pois não se tem apenas a presença de judeus, mas também a de estrangeiros. Havia manifestações contra estrangeirismos e contra judeus.
BLOG - A população local influenciou de certa forma a comunidade judaica em hábitos e costumes?
JOSÉ GUSTAVO - Os judeus do século XX influenciaram o bairro, mas também sofreram influencia. Nas festividades, por exemplo, como o carnaval. São manifestações mais fortes que no século XVII, não esquecendo que a quantidade de pessoas no século XX é bem maior que no XVII.
BLOG - A cidade do Recife ainda atrai judeus, no sentido de fixar moradia?
JOSÉ GUSTAVO - A vinda é um pouco difícil. Na verdade há muita saída. Existe o Aliyah, que significa a volta para Israel. A comunidade que veio, da primeira, segunda e terceira geração, começou a educar seus filhos dizendo: “nós não somos daqui, somos judeus, mas há uma terra que é nossa.” Há na comunidade esse estímulo, de ter essa ligação com Israel. Existem famílias cujos filhos não moram aqui em Pernambuco, mas em Israel.
JOSÉ GUSTAVO - No século XX tem-se uma maior presença de judeus que vieram do Leste europeu e do Norte da Europa, devido a perseguição religiosa, eram os asquenazitas. Estes judeus eram versados no comércio, e começaram a alugar e comprar lojas, onde pudessem morar e comercializar, que seriam estas lojas que o Recife tem hoje, onde em cima fica a moradia e em baixo, a loja. Foram eles que começaram esse tipo de comércio.
BLOG - Quais contribuições históricas e culturais a comunidade judaica trouxe para o bairro da Boa Vista?
JOSÉ GUSTAVO - O comércio foi um ponto muito forte. Os judeus que iam de casa em casa trouxeram o comércio ambulante, que antes não existia. Essa prática aos poucos foi se perpetuando. Muitas das primeiras lojas de artigos e de tecidos eram de judeus.
BLOG - Sobre a prática religiosa, que tipos de dificuldades os judeus enfrentaram e ainda enfrentam hoje em dia? Sofreram algum preconceito?
JOSÉ GUSTAVO - No século XVII, no período holandês, havia uma repressão, mas havia uma certa liberdade, uma certa aparência. No século XX isso muda, porque temos o Totalitarismo, o Facismo, então é outra dinâmica. Aparecem judeus de diversas áreas, asquenazistas, do leste europeu, de várias cidades. A dinâmica é diferente pois não se tem apenas a presença de judeus, mas também a de estrangeiros. Havia manifestações contra estrangeirismos e contra judeus.
BLOG - A população local influenciou de certa forma a comunidade judaica em hábitos e costumes?
JOSÉ GUSTAVO - Os judeus do século XX influenciaram o bairro, mas também sofreram influencia. Nas festividades, por exemplo, como o carnaval. São manifestações mais fortes que no século XVII, não esquecendo que a quantidade de pessoas no século XX é bem maior que no XVII.
BLOG - A cidade do Recife ainda atrai judeus, no sentido de fixar moradia?
JOSÉ GUSTAVO - A vinda é um pouco difícil. Na verdade há muita saída. Existe o Aliyah, que significa a volta para Israel. A comunidade que veio, da primeira, segunda e terceira geração, começou a educar seus filhos dizendo: “nós não somos daqui, somos judeus, mas há uma terra que é nossa.” Há na comunidade esse estímulo, de ter essa ligação com Israel. Existem famílias cujos filhos não moram aqui em Pernambuco, mas em Israel.
0 comentários:
Postar um comentário