Entre prédios vistosos e casarios abandonados, transeuntes e comerciantes passam despercebidos pelo reflexo das paredes descascadas nos espelhos dos empresariais que ocupam as calçadas da Conde da Boa Vista. Apressados, desviam dos mendigos abraçados no chão como quem já se acostumou ao cenário desigual do bairro. Na Rua 7 de Setembro, moradores de rua esperam ansiosos as moedas do troco de quem sai carregado de sacolas do Mercado Vip. Na Farmácia Preço Certo, um homem alojado em seu colchão levanta e cumprimenta os trabalhadores da praça, que já estão familiarizados com sua presença no local. A vida cotidiana na Praça Maciel Pinheiro é de trocados e prostituição. Famílias numerosas ocupam a praça com colchões e seus pertences. No centro, uma fonte se transforma em ducha, onde moradores, sem pudor, lavam roupas e tomam banho.
Na Rua do Hospício, uma jovem de 19 anos chora sem dinheiro para almoçar. Longe da família, ela sobrevive com R$150 repassados pelo Instituto de Assistência Social e Cidadania (IASC) que em breve sustentará também o filho que está perto de nascer. O número contrasta com o Valor do Rendimento Nominal Médio Mensal dos Domicílios que alcança R$ 3.618,45.
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