quarta-feira, 10 de abril de 2013

MAMAM: mais um espaço cultural prejudicado pelas mudanças de gestão


por Kácia Guedes

Teatros fechados. Museus fechados. Não é novidade a morosidade dos procedimentos burocráticos dos órgãos públicos quando há mudanças na gestão. São meses para regulamentar as diretrizes e recomeçar o trabalho. Essa é a situação atual da cidade do Recife, especificamente no bairro da Boa Vista, pelo menos nos departamentos relacionados à área de cultura.

O Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), localizado na Rua da Aurora, nº 265, no bairro da Boa Vista, está há dois meses sem exposições devido à transição para a nova gestão da Prefeitura do Recife. 


Mural de Francisco Brennand localizado no pátio do museu / Foto: Caroline Melo 

A diretora Beth da Matta, recém-nomeada para o cargo, comentou um pouco das dificuldades sobre a reabertura do espaço cultural. “Eu já elaborei um projeto institucional, mas a gente não iniciou o trabalho ainda. Tenho uma exposição para abrir, mas estamos esperando ligar o motorzinho da máquina para começar a correr”, explicou da Matta. Ela comenta ainda que tal permissão precisa ocorrer antes de maio, devido ao tempo que é necessário para montar uma exposição e apresentá-la ao público. 

Beth ainda destaca que essa demora também provém do desafio que é para a área de cultura organizar o carnaval do Recife. “A cultura passa por um grande teste com o carnaval e isso faz com que o processo fique mais lento com a retomada das políticas e suas linguagens”, afirmou.
Beth da Matta  destaca a influência do espaço para o bairro da Boa Vista / Foto: Kácia Guedes

De acordo com a diretora, as instituições que sofreram essa breve paralisação devido à mudança de gestão estão voltando a funcionar de forma gradual. “Ainda tem equipamento que não tem diretor. Acho que o teatro Dona Lindu ainda não tem, o teatro Santa Isabel também está sem diretor. Infelizmente é um novo partido que entrou então tem todo um início a ser cumprido”, afirmou da Matta. 

Quando questionada se a nova gestão melhorará os incentivos culturais na cidade, Beth afirmou que a sua permanência na instituição é justamente para tentar garantir tal feito. “Garantir a retomada de um projeto institucional, um orçamento mínimo para a gente trabalhar. Na gestão anterior tivemos muitas exposições, recebemos itinerâncias importantes, mas a gente não pôde executar um projeto institucional, uma coisa nossa, a partir do ponto de vista local, a partir das nossas experiências e vivências”, relatou a diretora.

Em relação às responsabilidades que são divididas entre o instituto e a prefeitura, Beth afirmou que do Mamam dependem basicamente a capacidade de articulação e de realização dos eventos, exposições. A Secretaria de Cultura, por sua vez, se responsabiliza pelo repasse dos recursos. 

Outro resultado da mudança de gestão foi a diminuição do quadro de funcionários da administração do museu. Passaram de onze empregados para nove, sendo que quatro ainda serão nomeados. 

Espaço do museu destinado às exposições / Foto: Kácia Guedes 

CURIOSIDADES - De acordo com o site Pernambuco.com, a instituição foi criada em 24 de julho de 1997, é o Patrimônio predial e histórico de Pernambuco. Possui ao todo uma área construída de 1.800m2, divididos em três pavimentos de madeira, sendo 400m² destinados às exposições, segundo a diretora da instituição Beth da Matta. Apesar da falta de exposição, a biblioteca do museu está aberta, assim como a unidade do Mamam localizada no Pátio de São Pedro – e com exposições.

0 comentários:

Postar um comentário