por Paulo Veras
Faces da Boa Vista / Arte: Suzana Mateus |
Basta parar por 20 minutos em frente às grades de uma faculdade situada de frente para a Conde da Boa Vista, a artéria nervosa do bairro, para ver um desfile de pêras, uvas e maçãs se misturarem na salada mista de cores e sotaques que forma a sociedade recifense. Pessoas passam. Milhares, todos os dias.
O telefone celular parece um elo universal. Um. Dois. Dez transeuntes o carregam junto ao rosto. Através dele, mais pessoas se unem à roda viva do bairro, mesmo que virtualmente.
Mas não é o caso de falar em impessoalidade. Um grupo de amigos dá uma risada coletiva. A neta segreda uma confidência à avó. Um menino parece aborrecido com o passo apressado da mãe. Todos têm espaço.
A tatuada do cabelo rosa, o ambulante africano, o gay fashion, o casal de namorados. Tão singulares. E tão plurais.
“Moço, a C&A fica pra esse lado?”, pergunta a mulher do interior; sotaque arrastado. É ela que tira o observador de seu transe, lembrando que contato vai muito além de apontar uma direção. Lugares são feitos de pessoas; e é delas que vamos falar agora.
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