No mês de janeiro de 2013, o bairro da Boa Vista foi cenário das manifestações contra o aumento das passagens de ônibus. Mais de cem estudantes se concentraram na Rua do Hospício e seguiram até o edifício sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na Rua do Imperador, onde entregaram uma pauta com cinco reivindicações para a procuradora geral da Justiça em exercício, Laís Teixeira. Os manifestantes questionaram o aumento das tarifas, a qualidade do transporte público e apontam que a reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano ocorreu sem ampla divulgação nos meios de comunicação, além de que é ínfima a representação do movimento estudantil no Conselho. Das 19 cadeiras, apenas uma é destinada aos estudantes.
O reajuste foi de 5,340%, percentual proposto pelo Grande Recife Consórcio de Transporte com base no Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), frente ao Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), que propôs aumento de 13%. O preço do Anel A subiu de 2,15 para 2,24; o anel B, de R$ 3,25 para R$ 3,45; o anel D, de R$ 2,60 para R$ 2,75; e o anel G, de R$ 1,40 para R$ 1,50.
Apesar do movimento não ter conquistado a diminuição da tarifa, Bruna Wanderley, membro integrante do DA de Direito da Universidade Católica de Pernambuco, enfatiza a importância de se manifestar nas ruas e do acúmulo de mobilizações: “Apesar da clareza de que certas situações são de difícil reversão, demonstrar opinião e insatisfação em relação a determinado fato é de extrema importância, visto que os movimentos sociais tem também um caráter denunciativo. A maioria dos movimentos sociais tem a consciência de que a real mudança é fruto não só de um ato de rua mas a partir do acúmulo de mobilizações”.
Em janeiro de 2012, houve um reajuste de 6,5% decidido em reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano. Após a decisão, três passeadas foram organizadas, chegando a agregar mais de 1.500 manifestantes que ocuparam a Avenida Conde da Boa Vista. Recebidos com êxtase pelos moradores dos entornos, entre gritos de apoio e papeis picados, os estudantes caminharam a fim de conquistar melhorias no sistema de transporte coletivo e o cancelamento do reajuste.
Por Marcela Lins e Pethrus Tibúrcio
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