Espaço Pasárgada promoveu oficina de confecção de fantasias e sua própria troça de Carnaval
Por Caroline Melo
Não é só nos livros onde a poesia se materializa. Foi isso que mostrou a Oficina Poema e Fantasias, oferecida pelo Espaço Pasárgada e a Secretaria de Cultura/Fundarpe, de 28 a 31 de janeiro deste ano. Ministrado por Celinha do Cariri, O programa recebeu aproximadamente 25 pessoas que, de graça, confeccionaram fantasias e adereços baseadas na obra Carnaval, de Manuel Bandeira, publicada em 1919.
O objetivo do projeto foi criar fantasias temáticas para serem usadas durante o desfile da Troça Carnavalesca Mista Bacanal do Bandeira, que saiu às ruas pelo seu segundo ano.
Celinha, criadora de moda e figurinista de cinema e teatro, foi convidada para orientar os participantes do projeto e fez uma extensa pesquisa sobre o propósito do bloco. "Eu pesquisei, li os poemas, adquiri referências sobre o assunto, o tema carnavalesco, os pierrôs, as colombinas e todas essas nuances que tem o carnaval pernambucano. Estamos montando, a partir desses poemas, fantasias que têm a ver com eles."
foto: Caroline Melo |
Detalhe da sala da Oficina e materiais / foto: Caroline Melo |
Fantasia inspirada em colombina / foto: Caroline Melo |
Os versos das poesias de Manuel Bandeira tornaram-se, então, concretos no colorido que tomou as ruas no último dia 6, quando o Bacanal do Bandeira desfilou pelo Bairro da Boa Vista. A concentração começou em frente à Casa de Bandeira às 17h da tarde e foi até as 19h30min, quando, embalados por uma orquestra de frevo, os amantes do carnaval e da poesia caminharam em direção à Rua da Aurora, onde fica localizada a estátua do poeta pernambucano.
A troça, idealizada e organizada pelo Espaço Pasárgada, apresenta diferenças quando comparado a outras. Seu percurso foi escolhido de acordo com as ruas que Bandeira cita em seu poema “Evocação ao Recife” (onde também fala da casa do avô, onde esteve quando menino, que hoje é a sede do Espaço Pasárgada). Outra distinção é ter, em sua programação, paradas obrigatórias para recitais de poesia. Nelas, qualquer poeta – reconhecido ou não – tem a oportunidade de mostrar suas composições.
Selma Coelho e o boneco gigante de Bandeira / foto: Kacia Guedes |
foto: Kacia Guedes |
foto: Kacia Guedes |
Miró, poeta da Muribeca que leva sua poesia como alternativa de vida, de quem o documentário premiado "Miró: Preto, pobre, poeta e periférico" conta a história, esteve presente e contribuiu com sua arte:
1 comentários:
1. Carnaval sempre em caixa-alta.
2. Evitem legendas óbvias, que apenas descrevem o que o leitor está vendo.
3. "Os versos das poesias de Manuel Bandeira tornaram-se, então, concretos no colorido que tomou as ruas no último dia 6". A partir de amanhã (06/03/2013), "o último dia 6" não se refere mais à quarta-feira anterior ao Carnaval de 2013. Sugestão: colocar a data.
4. Senti falta da opinião dos criadores do bloco, de foliões que acompanharam o bloco e de quem se inscreveu na oficina. A voz do outro presta dinâmica e credibilidade ao texto.
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